Gaeco cumpre mandados contra esquema bilionário no setor de combustíveis

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em parceria com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) e forças de segurança, cumpriu nesta quinta-feira (28) cinco mandados de busca e apreensão em municípios mato-grossenses contra uma organização criminosa que atua no setor de combustíveis. A ofensiva integra uma operação nacional coordenada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que apura um esquema de sonegação fiscal estimado em mais de R$ 7,6 bilhões.

As ordens judiciais foram executadas em Feliz Natal, Diamantino, Primavera do Leste e Rondonópolis, onde foram cumpridos dois mandados. A operação ocorre simultaneamente em outros sete estados: São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina, ampliando o alcance das investigações sobre o grupo criminoso.

Segundo o Ministério Público, a organização se especializou em fraudar etapas da cadeia de produção e distribuição de combustíveis. As irregularidades incluiriam desde a adulteração de notas fiscais até o uso de empresas de fachada, estratégia que permitiu a evasão de impostos em escala bilionária. Em Mato Grosso, os alvos seriam responsáveis por movimentações financeiras incompatíveis com a capacidade econômica declarada.

A investigação é conduzida pelo Gaeco de São Paulo, com apoio do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal, da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Receita Federal, da Secretaria da Fazenda paulista, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE-SP). A integração entre órgãos estaduais e federais reforça a dimensão da operação e evidencia a complexidade do esquema investigado.

O prejuízo estimado de R$ 7,6 bilhões aos cofres públicos, segundo os investigadores, corresponde a valores devidos em tributos que poderiam ser destinados a áreas essenciais, como saúde, educação e segurança. A prática de sonegação no setor de combustíveis é considerada uma das mais nocivas à economia nacional, por gerar concorrência desleal e desviar recursos estratégicos.

As autoridades informaram que o material apreendido será analisado e poderá subsidiar novas fases da investigação. Embora não tenham sido divulgados nomes dos envolvidos, a expectativa é de que os dados obtidos em Mato Grosso contribuam para a responsabilização de empresários e operadores do esquema, com processos que podem resultar em pesadas sanções criminais, fiscais e administrativas.

FONTE:MT NOTÍCIA

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