A Justiça em diferentes instâncias negou soltar Cristiane Patrícia Rosa Prins, Fagner Farias Paelo, Jonas Cândido da Silva e Jeferson da Silva Sancoviche, alvos da Operação Apito Final, deflagrada em abril deste ano pela Polícia Civil de Mato Grosso.
Cristiane e Fagner são esposa e irmão, respectivamente, de Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como WT, e principal alvo da Apito Final.
A operação apura um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas fomentado, especialmente, na região do Jardim Florianópolis, em Cuiabá. WT é apontado como “tesoureiro” de uma facção criminosa no Estado.
A esposa e irmão dele são acusados de atuar diretamente na ocultação de valores do esquema, através de manobras financeiras.
A defesa de Cristiane recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ ) para tentar tirá-la da prisão, mas o pedido foi negado pelo ministro Og Fernandes, nesta quarta-feira (17).
Já a defesa de Fagner ajuizou um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que foi negado pelo desembargador Paulo da Cunha.
“Supostos laranjas”
A prisão de Jonas Cândido, que é advogado e ex-pré-candidato a vereador de Cuiabá, e Jefferson, servidor municipal, foi mantida por decisão do juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Acusados de serem “laranjas” de WT, eles alegaram que estão encarcerados em prazo excessivo, o que resultaria em “constrangimento ilegal”.
Na decisão, porém, o juiz João Filho afirmou que o caso é complexo, envolvendo diversos réus com diferentes defesas, o que afasta a mera alegação de que os detidos estariam sendo constrangidos ilegalmente por excesso de tempo.
“Diante do fato acima exposto, não há excesso de prazo, visto que a marcha processual está caminhando dentro da normalidade e observando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, celeridade e do devido processo legal, bem como foi respeitado o cumprimento de todos os prazos processuais estabelecidos no códex processualista, de forma célere, respeitando a excepcionalidade de se tratarem de réus presos. Assim, a prisão preventiva está subsidiada em diversos fundamentos concretos que, por ora, permanecem incólumes”, disse o magistrado.
A operação
Deflagrada na último dia 2 de abril, a Apito Final cumpriu 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos.
A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou, no período de dois anos, que a organização movimentou R$ 65 milhões em bens móveis e imóveis adquiridos para lavar o dinheiro da facção.
Além dos imóveis e veículos de luxo, as transações incluíram a criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.
Análises financeiras realizadas pela Polícia Civil apontaram que os investigados, mesmo sem comprovação de renda lícita, adquiriram veículos como BMW X5, Volvo CX 60, Toyota Hilux, Amarok, Jeep Commander, uma Mitsubishi Eclipse e uma Pajero, além de diversos modelos Toyota Corolla.
Estadão MT .
Comments